sábado, 31 de dezembro de 2011

Manipulação.

Tirei meu coração, cortei em pequenos tamanhos e pedi para uma bruxa multiplica-lo. Ela aceitou, mas com uma condição: Que eu desse meu cérebro a ela, e eu aceitei. Queria que o mundo tivesse mais amor . Coloquei meus pedacinhos de coração em vários envelopes e pedi para o carteiro entregar a todos que não tem coração. Ele voltou com todos os meus pedacinhos e disse:
—Todo mundo já tem coração.
Incrédula, mandei-o tentar de novo. E na quinta vez, ele voltou com um sorriso no rosto.
—Então! Como foi? Cadê as pessoas com meu coração?
— Seus pedacinhos continuam na mochila, todos já tem.
— E eles usam pra que?
— Para fazer o que a bruxa fez com você: Manipular.
Sustentei meus olhos nos dele sem entender muito bem.
— As pessoas ficam burras, quando amam. – Continuou. — Por amar tanto o próximo, você está sem cérebro.
Eu fiquei calada. Tornei-me o que mais desprezava: Uma pessoa sem coração.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Era um garoto típico da parte rica do país. Mimado, bonito, inteligente, sabia ser dócil, engraçado e tinha bom gosto musical. Ao mesmo tempo era introspectivo, reservado... Era um garoto especial. Acabou se apaixonando, uma... Duas ou até três vezes. E de acordo com uma das suas únicas amigas, nunca amou de verdade e agora... Ele vê as coisas que diz amar, se perdendo. E não faz questão nenhuma de tentar encontrar. Aquele garoto aprendeu do pior jeito que alguns pesadelos não acabam quando se abrem os olhos. Aquele garoto se tornou um observador. Observa-dor.